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terça-feira, 9 de abril de 2013

Longevidade: 10 Dicas para viver mais e melhor, a vida!

1. Divirta-se!

Aproveite a vida. Goze, seja feliz, tenha ambição. Este é o primeiro e mais importante conselho do médico. Cada dia que passa sem se rir é tempo de vida desperdiçado, diz Stork. Não há quaisquer provas científicas que o atestem, mas depois de anos de experiência como consultor numa clínica psiquiátrica, ele sabe que uma mente doente pode ter um profundo efeito sobre o corpo. Tem verificado que pessoas com problemas mentais adoecem mais depressa e tendem a não ter cuidado consigo. «Custa-lhes anos de vida.»

As estatísticas demonstram que o casamento faz bem à saúde. Os casais tendem a viver mais do que os solteiros, divorciados ou viúvos, talvez por terem estilos de vida mais saudáveis. Homens casados acima dos 50 anos vivem, em média, quatro anos mais do que homens solteiros da mesma idade, de acordo com o Instituto de Estatísticas da Holanda. Para as mulheres são mais dois anos.

2. Mexa-se

Se fôssemos espalhar o coração e os vasos sanguíneos de alguém, estes ocupariam um campo de futebol inteiro. Não é de espantar, portanto, que os médicos queiram manter aquele grande órgão saudável. Por isso, «faça exercício», pede o Dr. Stork. Porque quando a equipa vascular defronta a equipa dos factores de risco, o jogador de maior peso tende a ser a obesidade, o capitão da equipa dos factores de risco. Segundo esta analogia, se a obesidade for eliminada, os seus colegas de equipa já não serão capazes de aumentar a tensão arterial e os níveis de colesterol e açúcar no sangue.

«Quando temos peso a mais, o exercício é tão importante como comer menos», explica o médico. «O exercício estimula a circulação, mantendo os vasos limpos e saudáveis. Uma boa circulação impede os tecidos adiposos de se colarem ao interior dos vasos. Quem leva uma vida sedentária acabará por ficar com coágulos.»

Nunca se é velho demais para fazer exercício. Vejamos o caso de Jeanne- -Louise Calment, a quem nos referimos no início do artigo. Ela jogava ténis regularmente, praticou esgrima até aos 85 anos e só parou de andar de bicicleta aos 100.

3. Pais: dêem comida saudável aos vossos filhos

«Os pais têm uma grande influência na longevidade dos seus filhos», diz Stork. Têm a obrigação de alimentar bem os seus filhos. Nada de doces, batatas fritas ou hambúrgueres, diz o médico, que serve aos seus netos sanduíches de morangos frescos. «Quando uma criança fica com excesso de peso, nunca se livra dos efeitos. Causa-lhe danos irreparáveis ao corpo e afectará a sua saúde para o resto da vida.»

Uma boa nutrição começa com a amamentação. Há anos que o Centro de Nutrição da Holanda defende que o leite materno é o melhor alimento para os bebés porque contém todos os nutrientes necessários e protege contra doenças e infecções. No que diz respeito à nutrição em geral, o Dr. Stork dá-nos três condições para uma alimentação saudável, seja qual for a nossa idade:

Metade da nossa alimentação deve ser constituída por hidratos de carbono para nos dar energia.

Coma 60 a 80 g de proteínas por dia. Estas são as células-base do nosso corpo. De acordo com o Centro de Nutrição Holandês, uma dieta constituída por peixe, carne, ovos, produtos lácteos, queijo e pão contém proteína suficiente.

Confirme que a maior parte das gorduras que ingere são ácidos gordos poliinsaturados para evitar a acumulação de tecidos adiposos nos vasos sanguíneos. Gorduras saudáveis são aquelas que encontra no óleo de peixe, no azeite e na margarina. Para poder digerir tudo isto como deve ser, precisamos ainda de fibra, legumes e fruta em quantidade suficiente.

«Eu tomo cuidado com a minha dieta todos os dias. Não ponho açúcar no chá, não barro o pão com manteiga e consumo álcool apenas em pequenas quantidades.»

4. Saia da cidade

Faz-lhe bem aos brônquios, ao coração e aos vasos sanguíneos. O nosso corpo é invadido por pequenas partículas, derivadas essencialmente do dióxido de azoto resultante das emissões dos automóveis e da indústria. A exposição a estas partículas é maior nas cidades do que no campo, segundo o Instituto Holandês para a Saúde Pública e Ambiente (RIVM).

Comparando alguns estudos americanos sobre exposição a longo prazo à situação na Holanda, esta pode, segundo o RIVM, tirar-lhe um ano de vida devido ao agravamento de problemas nos brônquios, coração e circulação. Na Holanda, milhares de pessoas, principalmente idosos, morrem por ano, dias e até meses mais cedo do que deveriam, por causa da exposição a partículas, mesmo a curto prazo, segundo dados do RIVM.

O Dr. Stork, um apaixonado por Amsterdão e a sua vida urbana, não foi capaz de tomar este passo. «Mas se tem problemas respiratórios, mudar- -se para um sítio com ar mais fresco é uma ideia excelente. É algo que os médicos recomendam há anos.»

5. Torne-se mais inteligente


Manter-se em forma pela educação? Parece que sim.

Pesquisas levadas a cabo pelo Instituto de Estatística na Holanda sugerem que pessoas com maior educação vivem seis a sete anos mais que pessoas com menor educação. As pessoas de classes socioeconómicas inferiores tendem a fumar mais, alimentam-se pior e têm empregos que obrigam a um esforço físico mais desgastante.

Isto deve-se em parte ao conhecimento sobre os efeitos da alimentação saudável para o nosso corpo. Segundo Stork, os Holandeses têm muito a melhorar neste aspecto. «As pessoas vão ao médico quando têm uma constipação, mas não fazem ideia em que parte do corpo está o fígado ou o baço. Os programas escolares deviam ter mais atenção a isto.»

A maior escolaridade reflecte-se também na saúde pelo facto de garantir ordenados mais altos. Embora todos os Holandeses tenham direito aos mesmos cuidados de saúde, quem tem dinheiro tem mais por onde escolher. «Se tiver dinheiro, pode voar para Boston para implantar uma nova válvula no coração, enquanto na Holanda teria que passar muito tempo numa lista de espera», explica Stork.

6. Não faça dieta, basta comer menos

É uma questão de equilíbrio: basta comer o suficiente para ter a energia de que precisa. Muitas vezes não o fazemos. No geral, comemos demais e, ainda por cima, coisas erradas, suspira o Dr. Stork. «Comidafast food, aperitivos e refrigerantes são apenas calorias inúteis de que nos temos que livrar.»

Nem pense que as dietas ou os conselhos dietéticos o podem ajudar. Não servem para nada, segundo este médico. Para perder peso, terá que comer menos e fazer mais exercício: para ter uma vida mais saudável, precisa de uma alimentação mais saudável. Dietas à base de sumos, dietas gurus, comprimidos e injecções não ajudam em nada. Ainda por cima, coisas que são consideradas saudáveis hoje poderão vir a ser consideradas prejudiciais amanhã. «Veja o caso dos antioxidantes: combatem o cancro, mas também o podem provocar. E cafeína, sim ou não? O peixe faz bem, mas poderá estar a ingerir mercúrio cancerígeno do mar. Este tipo de preocupações dará consigo em doido, em vez de o tornar mais saudável.»

7. Não fume

Fumar faz mal aos pulmões e ao coração e deve ser fortemente desencorajado, garante Stork. Por outro lado, tem verificado que os fumadores tendem a ser menos deprimidos, sofrem menos de stress e, por isso, causam menos acidentes de viação. É assim que justifica o facto de fumar seis cigarros por dia. «Ajudam-me a relaxar e melhoram a minha qualidade de vida.»

Seguem-se mais umas estatísticas da STIVORO, a organização holandesa que lida com conselhos sobre o tabagismo e os riscos a ele associados: o fumo do tabaco contém cerca de 40 químicos cancerígenos. Por ano, morrem na Holanda cerca de 5000 pessoas de doença pulmonar obstrutiva crónica e 8000 de cancro do pulmão derivado do tabaco. Morrem ainda cerca de 5000 por ano de problemas de coração e de circulação ligados ao fumo.

Os fumadores têm maior probabilidade de desenvolver doenças, incluindo problemas nos olhos, doença de Crohn, Alzheimer, artrite reumatóide e vários tipos de cancro. Mulheres grávidas que fumem aumentam a probabilidade de aborto espontâneo, nascimento prematuro, morte súbita e problemas de saúde ou deficiências congénitas nos bebés.

Apesar de haver menos inalação, o fumo dos charutos é ainda pior que o dos cigarros, uma vez que contém mais alcatrão, monóxido de carbono e amoníaco.

8. Beba menos álcool

«Um médico tenderá a aconselhar a mesma quantidade de álcool que ele consome.» O álcool é uma questão delicada, considera Stork, porque tem efeitos positivos e negativos. Vejamos um estudo recente da Universidade de Wageningen e do RIVM: pessoas que bebem álcool de forma estritamente moderada vivem cinco anos mais do que os abstémios. Os seus estilos de vida mostram que estão menos sujeitas a doenças vasculares ou AVC, por exemplo.

O álcool aumenta a contagem de colesterol HDL, que limpa os vasos sanguíneos dos detritos que se acumulam lá dentro, explica o Dr. Stork. «E o vinho tinto contém antioxidantes que inibem o cancro. Mas a teoria de que dois copos de vinho tinto por dia nos fazem bem nunca foi provada.» Stork aconselha fortemente a moderação ou mesmo a abstinência, especialmente para pessoas com problemas de fígado, porque este é danificado pelo álcool.

Trimbos, o instituto holandês para o tratamento e prevenção de toxicodependentes, dá ainda mais razões pelas quais as pessoas que queiram vidas saudáveis devem moderar o consumo de álcool. O excesso pode danificar as paredes do estômago, o fígado e o cérebro. Aumenta ainda a probabilidade de acidentes de viação. Pessoas que bebem demais arriscam-se a contrair doenças de fígado e vários tipos de cancro, incluindo da boca, garganta, esófago, estômago, fígado e colorrectal.

9. Vá ao médico

Esta é a forma mais simples de viver mais: preste atenção ao seu corpo e deixe o seu médico observar as suas áreas mais vulneráveis de forma regular. Se conhecer a sua tensão e os seus níveis de colesterol, então poderá adaptar o seu estilo de vida para poder lidar com eventuais problemas. «A medicina pode ajudar a combater a diabetes, a tensão alta e o colesterol. Mas muitas vezes as pessoas não sabem do que sofrem», explica Stork.

Na qualidade de director do núcleo de Amsterdão da Sociedade Holandesa de Diabetes, Stork tem os números bem à mão: 1 milhão de pessoas sofrem de diabetes na Holanda. Por ano, cerca de 60000 desenvolvem diabetes por excesso de peso. Destas, uma em cada seis não se dá conta. Sem atenção médica, o seu sistema vascular deteriorar-se-á rapidamente, explica Stork. «Diabetes por tratar pode-lhe tirar dez anos de vida. E poderá levar a uma morte repentina se conduzir a um ataque de coração.»

Segundo este especialista de medicina interna, toda a gente deve submeter-se a um exame médico uma vez por ano e levar os conselhos nutricionais muito a sério. Isto também se aplica a jovens, porque aquilo que aprendemos em novos acompanha-nos até à morte. Felizmente, as coisas estão a melhorar a este respeito. «Desde que surgiram aquelas imagens chocantes de americanos obesos, as pessoas aperceberam-se da realidade e começaram a mudar o seu estilo de vida; os índices de mortalidade por doenças cardiovasculares têm diminuído significativamente.»

Desde 2008 que as doenças cardio-vasculares não são a principal causa de morte na Holanda; agora, esse lugar é ocupado pelo cancro.

10. Tenha cuidado com os medicamentos


Limite o consumo de comprimidos e tenha cuidado especial com os analgésicos, aparentemente inofensivos. Só porque são de venda livre, não quer dizer que os devamos tomar por tudo e por nada. Enquanto co-fundador da Fundação Renal, Stork sabe bem como o uso persistente de analgésicos de venda livre pode ter um papel importante no desenvolvimento de problemas renais, bem como de fígado e hemorragias no estômago. «Basta ler as bulas para ver o tipo de efeitos secundários que alguns medicamentos podem ter, embora um só comprimido não faça mal», assegura ele. «Até hoje, não foi detectado nenhum efeito secundário negativo para o paracetamol, mas, em contrapartida, este tende a ser pouco eficaz.»

Por fim, o médico deixa-nos com um conselho importante: quem quer viver muito tempo também não deve exagerar. Se tentar viver à risca todas estas regras para uma vida saudável, ficará maluco. Leia todas as informações científicas sobre aquilo que lhe faz mal à saúde com um algum cepticismo, diz; qualquer coisa pode ser provada com estatísticas.

Durante um congresso médico em Nova Iorque, descobriu que os seus doentes viviam em média mais dois anos e meio do que os doentes de um colega que apenas aceitava não fumadores. «Tivemos cem médicos a discutirem durante uma hora se o tabaco nos ajuda a viver mais.» A conclusão? «Existe a fraude, existe o engano e existem as estatísticas. Estas são as piores.»

O Dr. Joop Stork é internista. Ajudou a criar a Fundação Renal Holandesa e é director do núcleo de Amsterdão da Sociedade Holandesa de Diabetes.


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